Wiki Virologia Básica - BMM 0586
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A NS5 é uma das proteínas não estruturais do vírus da Dengue (DENV) e está presente em todo o gênero dos flavivirus[1]. É a maior (104 kDa) e mais conservada (67% de identidade entre quatro dos cinco sorotipos) proteína entre os quatro sorotipos clássicos do vírus (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4). Possui três atividades enzimáticas[1][2].

Na sua região N-terminal, possui atividade de guanililtranferase e S-adenosilmetionina metiltransferase, compreendida em 320 resíduos dessa região[1][3]. A guanililtranferase é responsável por adicionar uma molécula de GTP (trifosfato de guanosina) na ponta 5' do RNA viral após a atividade RTPásica (remover um grupo fosfato) de outra proteína não estrutural do vírus, a NS3. A atividade da NS3 permite que a NS5 forme uma ponte trifostado capeando o RNA. A enzima S-adenosilmetionina metiltransferase então transfere um grupo metil da S-adenosilmetionina para o sétimo nitrogênio da guanina, completando finalmente o capeamento o RNA genômico[4].

Na região C-terminal (entre os resíduos 420 e 900), possui atividade de RNA polimerase, sendo a responsável pela polimerização do RNA intermediário que serve de molde para a síntese de outras moléculas de RNA simples fita de senso positivo que serão encapsuladas no vírion[1][5][6].

Entre os domínios metiltransferase e polimerase, a protéina tem uma sequencia de aminoácidos interdomínios que funciona como sinal para localização nuclear, e já foi encontrada no núcleo de células de mamífero infectadas[7]. Essa sequência é reconhecida com alta especificidade pelas subunidades das importinas (β-importina, principalmente) reconhecedoras de sequencia de localização nuclear, apesar de toda replicação dos flavivirus acontecer no citosol[7].

Nessa região interdomínios, a NS5 também possui uma região de fosforilação pela CK2 (Caseína Quinase II). Mais precisamente, o resíduo de treonina-395. Acredita-se que ambos o sinal de localização nuclear e o sítio de fosforilação pela CK2 sejam formas de regulação da presença dessa proteína no citoplasma da célula infectada, indicando que a atividade da NS5 só é necessária em momentos específicos da infecção[7].

Como o capeamento do RNA é essencial para a replicação do vírus, inibidores da NS5 apresentam-se como possíveis fármacos ou quimioterápicos antivirais contra a dengue[1][2]. Em todos os flavivirus, as proteínas que apresentam atividade de RNA polimerase possuem uma sequência específica de aminoácidos: o motivo Gly-Asp-Asp, típico em RNA polimerases[1].

Ver Também[]

Referências[]

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